Robert Jourdain, no seu livro Música, Cérebro e Êxtase – Como a música captura nossa imaginação, argumenta as duas ideias de ritmo na música.
A primeira delas é o metro. Organizamos o tempo em grupos iguais e padronizados de 4 tempos, 3 tempos, 2 tempos, 5 tempos, entre outros. Dividimos estes tempos em fortes e fracos, também de forma padronizada. Seria algo semelhante a um relógio, com medidas iguais que se repetem,durante o dia, marcando as horas. Portanto, é a forma como marcamos o tempo na música, são os nossos compassos.
O segundo pensamento de como organizar o ritmo não seria padronizado como o primeiro. Temos agora, agrupamentos de ritmos irregulares combinados de maneiras diversas. Assim, aqui a ideia é em relação ao fraseado, ao ritmo de uma frase melódica e possui uma ligação direta ao ritmo em que pronunciamos uma palavra.
Ao mesmo tempo, toda palavra possui uma assinatura rítmica. Nós lemos, falamos e pensamos em palavras através de agrupamentos rítmicos e utilizamos este ritmo fraseado o tempo todo quando nos comunicamos.
Por exemplo, o nosso nome possui uma assinatura rítmica e o pronunciamos através deste padrão, observe:
Portanto, ler e buscar compreender o ritmo que está impregnado nas palavras torna-se um excelente exercício de percepção musical. É praticamente um ditado rítmico sugerido por cada frase que lemos, falamos e ouvimos.
Então, que tal praticar um pouco? Tente identificar e escrever as combinações rítmicas que os trechos das letras de música abaixo imprimem.
Siga os passos:
Escute a música e repita constantemente a letra (não precisa cantar, apenas falar);
Fale a letra batendo, ao mesmo tempo, as combinações rítmicas de cada palavra nas palmas;
Execute, agora, as combinações rítmicas das palavras falando, apenas, a silaba "tá";
Escreva os agrupamentos rítmicos encontrados;
Básico
(Compasso 4/4)
Eu não tenho sono
Eu não tenho tempo
Eu só tenho olhos pra você
Há tempos eu não via
Páginas em branco
Força, redenção e amor
(O Mais Feliz da Vida - A Banda Mais Bonita da Cidade)
Técnico
(Compasso 4/4)
Entre eras foi mantido
A arte da guerra, um elo divino
O segredo milenar
Só para os homens pra se revelar
No templo Aruanã Etô
A índia profanou a história
(Karajá, apocalíptico Inã - Boi Garantido)
Prof. Luiz Eduardo